Moinho



Fonte:http://noticias.terra.com.br/brasil/



No dia 22 de dezembro, um incêndio destruiu a favela do moinho, e atingiu um prédio que havia sido ocupado por famílias que não possuem condições de conseguir uma moradia própria. Por causa do incêndio, o as estações Julio prestes e Luz foram fechadas, mais pelo trabalho de rescaldo e, quando o prédio fosse demolido. Centenas de famílias perderam o teto que tinham conseguido, não graças ao empenho do Estado, mas por iniciativa própria, pois entraram em um prédio e o usaram da melhor forma possível. Isso sem falar na realidade da favela, que muitos insistem em não dar valor.
 Afinal de contas, muitos consideram a favela como um mal necessário, já que antigos bairros que eram vistos como periféricos acabaram prosperando, a favela surge como a nova periferia, o lugar onde a massa muda dos brasileiros passa a vida em casebres de madeira rústica, em condições subumanas para viverem, e ainda existem pessoas que não vêem as favelas como uma conseqüência direta da mega urbanização que vivemos.
As grandes cidades vivem cheias de favelas onde, de forma oportuna políticos passeiam para mostrar que são homens do povo. Chegam e falam que vão fazer grandes obras e tudo mais. Falam que vão dar uma moradia digna as pessoas que moram nas favelas, e que esse é um compromisso de primeira urgência para eles.
É tudo muito bonito, e ainda tem o pacote bônus, que são políticos comendo um pão com manteiga e tomando café com leite em copo de pinga, beijando criança e comendo sanduíche com o povo. Tudo muito bonito, mas quando toma posse, o povo da favela fica esquecido novamente. Isso não quer dizer que os prédios fiquem prontos, e mais uma vez o show começa. A entrega das chaves para famílias que deixaram a antiga favela para entrarem na casa nova, mas que sem policiamento se torna, em alguns casos, favelas verticalizadas, com os mesmos problemas que enfrentavam antes.
O que fica dessa questão é o seguinte: quantas favelas vão queimar ainda, quantas famílias vão continuar a perder o pouco (ou quase nada) que conseguiram construir, e quanto mais tempo o Estado vai ficar dormindo no ponto e não da uma solução definitiva e correta para questão das favelas no Brasil? Criar o programa minha casa minha vida é bom, é um ótimo começo, mas é preciso mais. Não é apenas de casa que precisam as famílias que viviam tanto na favela do moinho, mas de qualidade de vida, de segurança, de educação, saúde. Uma série de coisas que são “simples” (mas ninguém resolveu de forma definitiva até hoje), mas que custam a serem feitas.
 Esse ano é ano eleitoral, e espero sinceramente que os novos prefeitos e vereadores tenham um verdadeiro comprometimento com as nossas cidades, e que passem a respeitar a população, e ajudar de verdade o sofrido povo da periferia não apenas a terem uma casa, e não um “barraco”, mas darem as bases para que conquistem os seus sonhos.

Comentários

Postagens mais visitadas