Panorama histórico da familia
Quando estava estudando história antiga no primeiro semestre, tive que estudar uma apostila chamada "A Cidade Antiga". No começo eu não prestei muita atenção para esse texto, mas depois passar a lê-lo com mais cuidado e gostei demais. A linguagem é muito complicada, mas o texto é muito bom. Mas o motivo de publicar esse texto é outro. Na terça-feira (06/07/2010), a minha namorada publicou um texto no blog dela falando sobre comensalismo. O texto falava da importância de se partilhar a refeição com pessoas que te fazem bem, e de como o ato de partilhar uma refeição requer confiança, e se criam laços muito fortes e profundos entre as pessoas. O texto é bonitinho (sério gente, não estou rasgando seda, mas o texto é bom) e bem explicado. Mas em uma conversa com ela, falei sobre a importância da refeição nos primórdios da história. Bem no comecinho da história dos homens, quando os primeiros grupos familiares eram pequenos e restritos apenas aos laços de sangue (ou família) o culto religioso era ao deus ancestral. Normalmente era um patriarca que fez algo incrivelmente incrível e foi lembrado como um deus. O fato é que o poder da família era confiado ao Pater Famílias (tenho certeza que já ouviram esse termo, na escola). Ele era o líder religioso e político da família. E é aí que as histórias se confluem. Cada família tinha o seu altar, e com o passar do tempo, mesmo com as famílias se organizando em tribos e as tribos se unindo para se tornarem uma cidade, o altar familiar era mantido. Nesse altar, eram imoladas as oferendas aos deuses, só que essas oferendas não eram deixadas, mas consumidas (um exemplo é a própria comunhão católica: representamos o sacrifício de Jesus oferecendo o pão e o vinho). Quando a comida era prepara no altar, a própria comida era sagrada (por isso a hóstia e o vinho se “transformam” no corpo e no sangue de Cristo), e a comiam entre orações. Esse costume era estritamente familiar, e não se podia ir contra. O alimento era tão sagrado que, se alguém que não era da família tentasse comer, poderia até ser morto (nem preciso falar que isso é considerado um crime, já que o alimento era a aliança entre o deus e a família, além que aquele era o laço definitivo entre os membros da família). Na antiguidade clássica, os romanos, que vieram posteriormente a esse período, também continuaram com essa tradição ancestral. Até mesmo hoje nós continuamos essa tradição. Um exemplo simples é o tradicional almoço de domingo, que as mães sempre reclamam quando não participamos. A essência vem do comensalismo, que a Thais já tinha comentado. Quando almoçamos com a nossa família, fazemos mais que partilhar uma refeição, mas reforçamos laços, nós voltamos, mesmo que de maneira inconsciente, ao início da história das sociedades. Tanto que quando um novo membro era incluso na família antiga (nascimento ou casamento) ele tinha que se postar perto do altar sagrado e pegar uma parte do alimento sagrado, isto é, ele era oficialmente membro daquela família. Mas ser membro de uma família tinha também a parte difícil. Os membros eram obrigados a honrar o nome dela, e se fosse preciso, ir à guerra representando a família (o exército hoje em dia tem o mesmo fundamento). A família é a instituição mais antiga que se tem notícia, e é graças a ela que temos hoje a nossa sociedade.
Gostei do texto, essa parte histórica não estava tão "por dentro", mas achava que o assunto apesar de ser simples, faz falta pra quem não tem a chance de fazer um "comensalismo".
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